quinta-feira, janeiro 14, 2010

Reflexões em Kbytes


Quando eu imaginaria que dentro de um tempo iríamos ter música, vídeos (clipes, shows, documentários, pornôs, cacetadas, amigos pagando mico), livros, revistas, periódicos DE GRAÇA, acessível a qualquer hora.... e melhor ainda.. num piscar de olhos.

Quanto tempo e dinheiro demoraria para alguém montar um gigantesco acervo de livros e cd/disco há alguns anos atrás, ???

Acredito que muito tempo (anos, décadas, bodas de prata) dependendo das condições financeiras... hoje se vc tiver saco para procurar por 3 minutos, e paciência para esperar por algumas horas, terá um acervo imenso.... anos, décadas e séculos reduzido a segundos minutos e horas.....o problema agora não é grana e tempo, mas sim ter paciência para ler,ver,ouvir tudo que baixou....

Conheço gente que tem computador cheio, reservado só para estes downloads, uns 200 GB (que hoje não é muito)., Perguntei uma vez para o cara, se ele já ouviu/viu/leu tudo, ele disse que nem a metade, mas era como uma biblioteca virtual, acessaria quando tivesse necessidade. Mas hoje...... hoje nem precisamos guardar as informações no computador.... Ta tudo fora do disco rígido....

Quando elaboro um artigo sobre algum tema na qual uso meus conhecimentos, uma carta para minha namorada falando dos sentimentos, são reduzidos para o computador a míseros KB, não importando o conteúdo, os benefícios e maleficios por ele trazidos. Ou seja um computador de 1 tera quantitatiza a representação dos seu conhecimentos e sentimentos a KB. O que são alguns Kbs para um HD de 1 tera? é um nada, pois ocupa um grão neste imenso espaço.

Hoje todas as pessoas são hiperativas: ouvimos músicas enquanto lêmos um texto retardado em algum blog, e nisto o MSN, Orkut, twiter ligados e um violão no nosso colo ouvindo alguém reclamar na cozinha que não saimos da frente do computador , e ainda prestando atenção na TV.

TV.... huauhauhauhua. TV.. KKKKKKK. Eu nem sei mais porque existe este meio de comunicação tão século XX. Vc pode assistir tudo no computer.. e melhor sem comercial.... aliás vc pode escolher a programação que vc quer.... só ontem meu irmão baixou uma temporada inteira do “Big Bang Theory”

Um tempo atrás assisti um desenho onde os personagens falavam sobre o Myspace. Um lá tinha uns 4.000 contatos e expunha a todos eles os seus segredos mais ocultos, (aqueles que não revelaríamos a uma pessoa real). Segundo este personagem pelo computador podemos expressar diversos estados de espírito através dos “emotions”convencionados ( Confuso, alegre, triste, meio triste, com fome, sono, dor de barriga, doente, e etc), enquanto que com a nossa face, na vida real, não podemos exprimir mais que duas. Concluiu que pela internet conhecemos as pessoas melhores, pois sabemos realmente o que elas estão sentindo.

O passo nevrálgico deste desenho, foi quando uma empresa ao tentar enquadrar-se a neste novo tempo, criou uma página no Myspace onde revelava vídeos dos funcionários em situações constrangedoras: Bêbados, dançando em horário de serviço, tinha até enquete para os internautas adivinharem qual dos funcionários a secretária dormiu...

É a internet tem de tudo, inclusive a vida de cada um... não estava tão errado em achar que era o Truman..

Aldous Huxley (Admirável mundo novo) e George Orwell (1984) estavam certos, o futuro será o fim da individualidade e intimidade... viveremos todos em comunidade nunca estando só, seremos vigiados a todos os instantes e a individualidade será reduzidas a alguns KB.... Mas estes autores erraram em uma coisa....... esta comunidade será virtual.

quarta-feira, janeiro 06, 2010

2010

Quando era menor tinha uma visão totalmente diferente do meu futuro. Imaginava que fazer o que gosto seria algo totalmente gratificante, recompensador, reconfortante e animador.

Construi na época um sujeito decidido, bem sucedido, firme, e acima de tudo que os medos de lá, hoje estariam resolvidos. Sem contar na independência financeira e psicologica que estaria permeando a minha vida..

BEM... Como profeta, sou um bom estudante.... Infelizmente as coisas não aconteceram como esperava. A começar pela formação acadêmica: o que é que leva uma pessoa a fazer um curso onde todos que o circundava, manifestaram-se receosos? Como que tal indivíduo faz um curso que o pressuposto é a autoconfiança, autodisciplina e perseverança, se não tem estes atributos 100% desenvolvidos?

Mas fui, vivi, voltei, venci, mas e daí? O que faço com isto? Fora o conhecimento teórico, que alimentou minha sede cultural, o que mais adquiri? Medo de morrer de fome? Confirmação que realmente não nasci para isso? Porque apesar de estar satisfeito com os conhecimentos aprendidos e aprEEndidos, a minha prática, se não aquém, esta igual a 4 anos atrás.....

Bom.... foram tantas vergonhas que passei lá que aprendi a lidar com este entrave, tanta desilusão (chora eu chora você na dança da solidão) que os fracassos nem surte mais efeito .. Desculpe se me coloco como vítima, mas a verdade é que sou vítima de mim mesmo...

Lá também desenvolvi minha postura, minha argumentação, minha sede pelo conhecimento, amizades, jogo de cintura .... Consegui desenvolver projetos, desafios, trabalhos e muitas coisas através da persistência. Mas também reforcei uma prática na qual achava que ao final deste curso ela estaria resolvida.... o medo de expor o meu trabalho profissional em público, o medo de errar.... quantas vezes fugi, para não ter que passar por isso? E as vezes que travava pelo sentimento de que nunca serei bom naquilo? HÀaaaaa teve outra coisa que aperfeiçoei.. o jeitinho brasileiro de ser.....

Enfim... hoje terminei meu último trabalho sobre Stravinsky, Debussy e o resumo de dois capítulos, sobre técnicas de análises para períodos a partir do pós-tonalismo... É um livro doido e viajado, mas despertou meu interesse e que pretendo dar continuidade no estudo.

Enfim:

“Se eu soubesse antes o que sei agora.... (de verdade mesmo).... erraria tudo exatamente igual....” (Engenheiros do Hawaii - Surfando Karmas e DNA)